sábado, 7 de abril de 2012

A Ética Socrática


 A Ética Socrática

               A Ética é a disciplina que estuda o comportamento humano perante os valores, as leis e normas que regem a sociedade. Estamos vivendo uma época conturbada, onde o preconceito, a violência e outros males se proliferam numa velocidade assustadora. Até as redes sociais estão sendo usadas constantemente neste sentido. Por esse motivo, é necessário, ainda em nossos dias, refletirmos sobre a origem destes comportamentos que denigrem nossa imagem como seres humanos e racionais. Essa já era a preocupação de Sócrates no séc. V a.C., fazer a discussão sobre os valores, as virtudes, a justiça, o bem e outras coisas para melhorar a conduta do homem em sociedade.
               Para Sócrates, o homem se torna objeto de investigação do ponto de vista ético. Ele é investigado perante suas ações. Sócrates deixa de acreditar no modelo homérico de virtude, onde heróis e deuses com atitudes e ações moralmente corretas são sempre modelos a serem seguidos. O que Sócrates queria propor é que o homem pudesse utilizar a razão para encontrar novos paradigmas éticos que o direcionassem a boas ações. Cabe somente ao homem ter controle sobre suas ações para torná-las moralmente boas. Segundo esse pensamento, a nossa alma ou intelecto seria a motivadora de nossas ações. Porém, existe uma tripartição da alma, e ela teria uma parte apetitiva a qual inclinaria o homem aos prazeres da vida. Essa busca pode enganá-lo, fazendo-o acreditar que muitas vezes que o falso seja verdadeiro. Para resolver este problema, Sócrates recorre à teoria das Formas ou das Ideias. Faz-se necessário uma idéia una das coisas, ou seja, o conhecimento das Ideias que levaria o homem ao conhecimento do Bem e das boas ações e isso dá porque o homem usa a parte intelectiva da sua alma. 
            Para que o homem não caia no erro, ele deve usar a parte intelectiva da alma para agir bem, ou seja, ser o que é, racional. As ações do homem não dependeriam mais da vontade dos deuses, não estariam sujeitas ao acaso das contingências do mundo nem tão pouco dependeriam dos impulsos da parte apetitiva da alma. Para o homem ser bem orientado ele não pode deixar-se guiar por suas paixões, controlando seus impulsos para poder agir bem, sendo guiado pela parte intelectiva da alma. Faz-se necessário reconhecer-se como o único responsável por suas ações, recorrendo as Ideias como guia para este fim. Assim, somente reconhecendo o que é o Bem, o homem pode agir de acordo com ele para ser uma pessoa virtuosa.

                               https://vegazeta.com.br/socrates-a-carne-como-simbolo-da-injustica/

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